segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Primeiras Impressões – Olhar o Mundo com Olhos Novos.

Hoje eu e minha esposa tivemos uma pequena discussão. Quiçá, tecnicamente nem discussão seria, mas uma “conversa tensa”, daquelas que acometem qualquer casal normal, em que se há os clássicos elementos: um impasse; dois pontos de vistas antagônicos; o leve tensionar entre as opiniões contrapostas.

Mas o que me motiva a escrever não é propriamente o entrevero que tivemos. Mas sim, porque no meio da briguinha havia um fator novo: Cecília, nossa filha de 05 meses, que estava nos braços da sua mãe, minha esposa.

Voltando um pouco no tempo – quinze minutos. Nós tínhamos acabado de chegar de um momento especial em família, onde comemos uma abençoada feijoada, num banquete cheio de aroma e amor, sem dúvida.

Em casa, estendemos no chão da sala o edredon para lá colocar Cecília e com ela brincar no improvisado playground.

E brincamos por algum tempo. Nesse brincar, ela, criança de riso fácil, nos fez sorrir e nosso sorriso retroalimentava seus gritinhos e engatinhar.

Químicas especiais de uma família.

Depois, precisávamos, eu e minha esposa, decidir como seria o restante de nosso dia. E da conversa veio a já citada discussão. Enquanto dialogávamos, tentávamos, em vão, mostrar o ponto de vista um do outro. “Alguém tem que ceder”.

Até chegar ao ponto da inversão: simultanemante os dois cedem e passam a defender o ponto de vista do outro, sem querer voltar atrás.

Especiais química de uma família.

E no meio da discussão, um elemento novo, de 40 cm (?), me surgiu como novo.

Reparei no olhar da Cecília, que olhava para mim e sua mãe com um olhar gracioso e engraçado. Era como se ela tentasse entender que tipo de brincadeira seria aquela. “O que significavam aquelas diferentes inflexões nas falas do papai e mamãe?”, “Que tipo de brincadeira é essa?”, “Quando eles vão falar: achoou”?

Era como se ela estivesse a esperar a hora do “bote”, aquele rompante em que a brincadeira passa a fazer sentido.

O olhar dela, ajudo-nos a arrefecer os ânimos, a largar por um breve instante a sisudez de nossas opiniões para sorrir um pouco...

É provável que daqui a alguns anos eu não me lembre mais daquela nossa discussão e muito menos do seus motivos.

Mas eu não quero que esqueçamos do olhar da nossa filha para a gente. Um olhar de quem sempre espera de nós o melhor.

Talvez seja dessa forma que Deus nos olhe...

Disso eu não quero me esquecer.

E é por isso que eu escrevo.

Dc. Sasha Alves e Karine

2 comentários:

  1. Parabéns pela coragem de descrever momentos que muitos tentam esconder como se não existissem porém o mais importante é o registro de que somos normais e que o amor acima de tudo faz prosseguir.
    Vânia Machado

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  2. Sasha, parabéns.
    Realmente quando paramos para refletir sobre nossos filhos vemos como essa relação é pedagógica. Estamos sempre aprendendo.
    Parabéns Cecília! Apenas com um olhar consegue levar seus pais a reverem atitudes que denotam humanidade. Aí de nós se não houvessem momentos de tensões e discussões em nossos relacionamentos. São estes momentos que nos fazem pessoas melhores. Parabéns karine pela oportunidade de amar os dois incondicionalmnete, capacidade esta que, parece, ter sido dada as mulheres.

    Valeu

    Valdevino

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